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O homem, o trabalho, a dignidade

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 30 de abril de 2016 - 20:56

O trabalho é uma das formas do homem encontrar um pouco do tanto de felicidade que lhe compete se dar em vida. Ele não é algo natural no homem; é um fenômeno que foi arquitetado no decorrer dos tempos, tornando-se construtor da subjetividade dos sujeitos. Com efeito, é o trabalho que define a essência humana. Isso significa que não é possível ao homem viver sem trabalhar, pois ele não tem sua existência garantida pela natureza. Se não agir sobre ela, transformando-a e acomodado-a às suas necessidades, o homem sucumbe. Trabalhar e amar são as duas das principais fontes de prazer do homem.

O trabalho é a forma inicial de produção que surge nas comunidades primitivas. Ele se desenvolve com a fabricação e o uso das primeiras ferramentas construídas de pedra, espinhos, pedaços de árvores e quaisquer outras coisas que o homem achasse na natureza e servisse para o fim a que se destinava.

A partir daí, no anseio de saciar suas necessidades básicas, o homem parte para o aprimoramento destas ferramentas voltadas para a atividade rotineira de seu dia a dia: alimentar-se, abrigar-se e combater o inimigo. Até aí, as relações do trabalho eram igualitárias e tinham como objetivo a defesa própria de cada um e a da comunidade de modo geral. No entanto, a inteligência do homem estimula o avanço de tais práticas e chega a hora em que ele começa a plantar, a estocar alimentos e a cultivar riquezas. Surge, então, o declínio do sistema primitivo para dar lugar a novas formas sociais de interação. É o início da escalada da hierarquia.

Assim sendo, o desenvolvimento da produção leva à divisão do trabalho, que leva à apropriação privada da terra, gerando o rompimento da unidade nas sociedades primitivas e a divisão dos homens em classes: a dos proprietários e a dos não proprietários. Este foi um acontecimento decisivo na história da humanidade, pois a divisão estabelecida se perpetuou. Então, já que o trabalho é imprescindível à necessidade do homem; já que produzir bem no trabalho atua sobre o afeto e sobre a dignidade de cada um, que o façamos por e com amor. Há um texto budista que fala que o Mestre na arte da vida faz pouca distinção entre trabalho e lazer, mente e corpo, educação e recreação, amor e religião. O que ele faz é perseguir sua visão de excelência em tudo que realiza. Ele acha mesmo que está sempre fazendo as duas coisas simultaneamente: trabalhando e se divertindo ao mesmo tempo.

Ratificando este conceito de trabalho, o sábio chinês Confúcio, que viveu no ano 541 antes de Cristo, escreveu; “Escolhe o trabalho que gostes e não terás que trabalhar nem um dia na tua vida.E é assim que nos ensinam os também sábios William Shakespeare e Leonardo da Vinci, respectivamente, dizendo: “Para o trabalho que gostamos, levantamo-nos cedo e fazêmo-lo com alegria” e “Que o trabalho seja perfeito para que, mesmo depois da tua morte, ele permaneça.” Aliás, uma das razões da invenção do trabalho é perpetuar o homem aqui na terra. É eternizá-lo pela memória e pela herança do conhecimento que ele vai deixando para as gerações futuras

É com o trabalho que se edifica a autoestima e o caráter. Trabalhadores não são simplesmente trabalhadores. Eles são os pilares que sustentam toda a estrutura da nossa civilização. Preparam a fundação para que a construção se erga e alce o voo necessário ao desenvolvimento. Hoje é Dia do Trabalho e, apesar das dificuldades pelas quais o país atravessa, só tenho a desejar que muitas frentes de trabalho sejam abertas e reabertas para que o país erga a cabeça e retome o rumo que perdeu pelo caminho. São o trabalho e os trabalhadores que sustém e dignificam uma nação.

Feliz Dia do Trabalho!

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