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Mulheres morrem por serem mulheres: a cada 15 horas uma mulher foi morta no país em 2023

Reportagem mostra números de crimes registrados em oito estados brasileiros e na Região Metropolitana do Rio

relogio min de leitura | Escrito por Renata Sena | 08 de março de 2024 - 12:05
Somente em São Gonçalo, foram registrados 212 casos de estupros no ano passado
Somente em São Gonçalo, foram registrados 212 casos de estupros no ano passado -

A cada 15 horas uma mulher foi morta, em razão do gênero, no país, ao longo de 2023. Pelo menos 586 mulheres foram assassinadas e tiveram o registro tipificado como feminicídio. Esses dados são do novo boletim Elas Vivem, da Rede de Observatórios da Segurança, e engloba oito estados brasileiros: São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, Pará, Piauí, Maranhão e Ceará.

Em São Gonçalo, duas mulheres sofreram feminicídio em 2023. Mesmo número em Niterói e em Itaboraí. Mas, Maricá registrou três crimes de feminicídio no mesmo período.

Em 72,70% desses casos, o criminoso era parceiro ou ex-parceiro da vítima. Em 38,12% dos crimes, o assassino estava munido de armas brancas e, em 23,75%, por armas de fogo.


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Mas, no país com a Lei Maria da Penha, considerada pela Organização das Nações Unidas (ONU) a terceira melhor lei do mundo e a melhor lei do mundo em relação à defesa da mulher, antes de morrer, as mulheres sofrem diversos tipos de violência. Ameaça, agressões, torturas, ofensas, assédio, estupro, cárcere…

Ao todo foram registradas 3.181 casos de violência contra as mulheres, representando um aumento de 22,04%, em relação a 2022, quando Pará e Amazonas ainda não faziam parte deste monitoramento.

Imagem ilustrativa da imagem Mulheres morrem por serem mulheres: a cada 15 horas uma mulher foi morta no país em 2023

Se trouxermos esses números para mais perto, percebemos a violência de forma ainda mais assustadora. Quinhentas e noventa pessoas foram estupradas em São Gonçalo, Niterói e Itaboraí, ao longo de 2023. Esse número é do Instituto de Segurança Pública do Estado, e, embora não especifique o gênero das vítimas, a polícia afirma que a maioria das vítimas de estupros são do sexo feminino, em todas as idades.

Somente em São Gonçalo, foram registrados 212 casos de estupros no ano passado. Mas somente em janeiro de 2024 foram registrados 16 casos. Em Niterói, o número total de 2023 foi de 253 registros, com 28 casos somente em janeiro de 2024.

“A realidade brasileira é de profundas desigualdades: de gênero, raça, classe, oportunidades e direitos atendidos. Como democracia, falta-nos equidade. A violência, no entanto, é bastante democrática, iguala todas as mulheres",  finalizou a jornalista Isabela Reis, que comentou, como convidada, o boletim Elas Vivem.

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